Número Dois - Uma
Assembleia Bíblica se Reunirá de Acordo
Com Princípios Que São Separados e Distintos do Judaísmo
A
segunda característica notável que marcará uma assembleia reunida biblicamente
é que ela será livre de todos os princípios e práticas judaicas na adoração e ministério.
A razão para isto é que a Igreja é um novo ponto de partida nos caminhos de
Deus, e sendo assim, não é uma extensão do judaísmo em uma nova forma. A Igreja
é uma companhia celestial de crentes, que tem esperanças e destino celestiais –
e ela também tem uma adoração de carácter celestial. Israel, por outro lado,
tinha uma religião terrena ordenada por Deus (judaísmo) porque eles são um povo
terreno que tem esperanças e destino terrenos. Sendo assim, a forma de Israel se
aproximar de Deus em adoração no judaísmo é inteiramente diferente do novo e
vivo caminho no Cristianismo (Hb 10:19-22). Misturar as duas ordens de adoração
é não entender o propósito distinto de Deus para cada uma delas (Hb 13:10), e
isso resulta em confusão, arruinando a ambas (Lc. 5:36-39).
A
primeira menção da Igreja foi quando o Senhor anunciou aos Seus discípulos “edificarei a Minha Igreja” (Mt 16:18).
O fato d’Ele ter dito “edificarei”
mostra que ela não existia naquele tempo. É algo inteira e completamente novo que não começou até o dia de
Pentecostes, quando o Espírito de Deus desceu e uniu os crentes juntos a Cristo
no céu.
Uma
grande chave para entender o que é a Igreja é ver que ela não faz parte da
revelação do Velho Testamento. Cristo e Sua Igreja é o grande “Mistério” de Deus (Ef 5:32). Um
mistério, no uso bíblico da palavra, não significa algo misterioso e difícil de
entender, mas algo “oculto” que Deus
manteve escondido desde antes da fundação do mundo (Rm
16:25; Ef 3:4-6; Cl 1:26-27). O grande segredo revelado no Cristianismo é que
quando o Messias de Israel (Cristo) reinasse sobre toda a obra das Suas mãos,
como prometido no Velho Testamento, Ele teria um complemento ao Seu lado – a
Igreja, Seu corpo e noiva. O propósito de Deus é glorificar Cristo no mundo
vindouro em duas esferas (na Terra e no céu) por meio desse vaso celestial de
testemunho especialmente formado – a Igreja. Hoje Deus está reunindo este
material que vai compor esse vaso especial pelo chamado do evangelho. Crentes
de entre os judeus e gentios estão sendo salvos e feitos parte dessa nova
companhia celestial. Esse segredo é algo que não foi revelado no Velho
Testamento, mas estava oculto no coração de Deus (Ef 3:9; Cl 1:26). Aqueles de
outras eras não sabiam nada disso, porque não começou até o dia de Pentecostes.
Sendo assim,
quando procuramos na Palavra de Deus por um modelo de assembleia bíblica,
devemos buscar no Novo Testamento – e particularmente, nas epístolas. 1
Coríntios e 1 Timóteo são especialmente de ajuda. O livro de Atos também tem
muitas ilustrações práticas da verdade da Igreja. Considerando então que essa verdade
não está no Velho Testamento, não deveríamos procurar nele para aprender como a
Igreja deveria se reunir para adoração e ministério. Este é um ponto
extremamente importante; é algo que a maioria dos Cristãos interpretou mal.
Não estamos
dizendo que Cristãos não deveriam ler o Velho Testamento. “Toda a [cada – JND] Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa
para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2
Tm 3:16). “Porque tudo o que dantes foi
escrito, para nosso ensino foi
escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos
esperança” (Rm 15:4). Apesar de o Velho Testamento não ter sido escrito a nós Cristãos diretamente, ele foi
escrito “para” nós. Há muita instrução nele sobre caminhos morais de
Deus para com o homem. Mas é de máxima importância ver que, à parte às questões
morais (porque elas nunca mudam diante de Deus), a maneira como Cristãos devem
ler e aplicar o Velho Testamento é pelo seu significado simbólico. As coisas
que foram registradas no Velho Testamento das Escrituras são tipos e figuras
para nós como Cristãos (1 Co 10:11; Hb 8:5; 9:9, 23-24, 10:1, 11:19; 1 Co
9:9-10; Gl 4:24; Rm 4:23, 5:14).
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