segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Número Quatro - Uma Assembleia Bíblica Reconhecerá o Sacerdócio de Todos os Crentes e Permitirá Que Ajam Como Forem Conduzidos Pelo Espírito

Número Quatro - Uma Assembleia Bíblica Reconhecerá o Sacerdócio de Todos os Crentes e Permitirá Que Ajam Como Forem Conduzidos Pelo Espírito

Até agora vimos que uma assembleia reunida biblicamente será livre de sectarismo, judaísmo e clericalismo. Agora vamos olhar outra característica estreitamente ligada aos pontos anteriores – uma assembleia bíblica reconhecerá o verdadeiro sacerdócio de todos os crentes. Já que tal assembleia vai dar a Cristo Seu legítimo lugar conduzindo e guiando os procedimentos nas reuniões, também haverá liberdade para os sacerdotes agirem na assembleia, como forem guiados pelo Espírito de Deus.
Há duas esferas públicas na Igreja: a esfera do sacerdócio e a esfera do dom. Sacerdócio tem a ver com o privilégio de aproximar-se de Deus com adoração e louvor. A palavra “sacerdote” significa “aquele que oferece”. A Bíblia ensina que todos os Cristãos são sacerdotes. Em 1 Pedro 2:5 lemos “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis [aceitáveis – JND] a Deus por Jesus Cristo”. E em Apocalipse 1:5-6 diz, “Àquele que nos ama, e nos libertou [lavou – ARC] dos nossos pecados pelo Seu sangue e nos fez reino, sacerdotes para Deus e Seu Pai, a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (TB).
Novamente em Hebreus 10:19-22 diz, “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne, e tendo [um] grande [Sumo] Sacerdote sobre a casa de Deus” (ARA), “cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (ARC). O fato de que diz que o Senhor é um “Sumo Sacerdote” implica que há uma companhia de sacerdotes abaixo d’Ele. Ele não presidiria como um “sumo” sacerdote se não houvesse sacerdotes abaixo d’Ele. Igualmente uma pessoa não seria chamada de líder de uma companhia ou grupo se não houvesse aqueles a quem ele liderasse. Assim sendo, esta exortação nos encoraja a nos aproximarmos de Deus e exercermos os nossos privilégios sacerdotais.
Deus nos fala de duas coisas que fizeram, dos filhos de Aarão, sacerdotes de acordo com a ordem judaica (Êx 29; Lv 8). Na ordem Cristã temos estas duas coisas como realidades. Como resultado, somos constituídos “sacerdotes para Deus” (Ap 1:6).
  • “Corpo lavado” – Isto é figurativo do nosso novo nascimento (Jo 13:10).
  • “Coração purificado” – Isto é figurativo da obra consumada de Cristo aplicada por fé ao crente, pela qual sua consciência é purificada (Hb 9:14). 

Mas há algo a mais que é necessário para nos fazer agir como sacerdotes na presença de Deus. Ele também fala de:
  • “Um coração verdadeiro” – Isto é uma referência a um coração que julgou a si mesmo (1 Co 11:28, 31). Um coração cheio de astúcia que esconde seu verdadeiro estado não é um coração honesto e verdadeiro.
  • “Inteira certeza de fé” – Isto não está se referindo à certeza da salvação, mas à confiança que temos de nos aproximar de Deus em fé porque nos julgamos a nós mesmos. 

Assim, as duas primeiras coisas nos fazem sacerdotes, e as duas segundas nos fazem sacerdotais. Uma tem a ver com o que somos posicionalmente; a outra tem a ver com o nosso estado. Uma coisa é ser um sacerdote e outra é estar num estado sacerdotal. Pode ser por isto que há ocasiões onde poucos irmãos exercitam seu sacerdócio audivelmente numa reunião – os outros podem não estar num estado sacerdotal. A resposta não é estabelecer uma casta de homens para fazer a oração e adoração pública a Deus, mas de nos julgarmos a nós mesmos a fim de que o Espírito de Deus esteja livre para nos guiar nas reuniões.
A possibilidade de os sacerdotes não estarem em estado sacerdotal é ilustrado em 2 Crônicas 29:34. Diz, “Eram, porém, mui poucos os sacerdotes, de modo que não podiam esfolar todos os holocaustos; pelo que seus irmãos, os levitas, os ajudaram, até se acabar a obra, e até que os outros sacerdotes se santificassem, pois os levitas foram mais retos de coração, para se santificarem, do que os sacerdotes”. Não é que não havia sacerdotes suficientes, mas que não havia sacerdotes “santificados” suficientes. Muitos deles não estavam num estado correto para cuidar dos sacrifícios porque não haviam se santificado.
Nas reuniões, os irmãos devem exercitar seu sacerdócio em orações públicas como porta-vozes da assembleia. Em muitas igrejas hoje esse privilégio tem sido limitado a uma classe especial de pessoas, mas esta não é a ordem bíblica. O apóstolo Paulo disse, “Quero, pois, que os homens orem em todo lugar” (1 Tm 2:8). As palavras “todo lugar”, obviamente, incluem a assembleia. E novamente, em 1 Coríntios 14:15-19, ele menciona orar publicamente na assembleia. Declarar uma tal classe e impô-la na assembleia é negar que todos os crentes são sacerdotes. Com efeito, exclui o privilégio no Cristianismo de se entrar ousadamente no “Santo dos Santos” (na presença imediata de Deus) e restaura o judaísmo onde os santos se aproximavam de Deus à distância, por meio de uma casta intermediária de homens.

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Resumo: Uma assembleia bíblica permitirá liberdade para os sacerdotes orarem e louvarem a Deus publicamente, como forem guiados pelo Espírito.

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