segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O Novo e Vivo Caminho – Dentro do Véu e Fora do Arraial

O Novo e Vivo Caminho – Dentro do Véu e Fora do Arraial

Hebreus 10:19-20 indica esse mesmo ponto. Diz: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário [Santo dos Santos – ARA], pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou [dedicou para nós – JND]. Isto mostra que o lugar Cristão de adoração está dentro do véu do verdadeiro “Santo dos Santos” (ARA) – a presença imediata de Deus no santuário celestial (Hb 8:2, 9:8, 10:19). Podemos agora vir à presença do Senhor com “ousadia” com nossa adoração e ações de graças porque a obra consumada de Cristo tirou o pecado (judicialmente) de diante de Deus (Hb 9:26-28) e tirou a culpa dos pecados de nossa consciência (Hb 10:18). Assim, isso nos adequou para a presença de Deus, dando-nos uma consciência purificada que resultou em paz perfeita; e a paz perfeita dá santa ousadia para “entrar” no lugar santíssimo.
Há duas coisas a serem observadas neste versículo. Primeiramente a maneira Cristã de se aproximar de Deus, agora que a redenção foi realizada, é um “novo” caminho. Não é uma forma mudada ou alterada, mas uma maneira inteiramente nova. Se a maneira de Israel se aproximar de Deus em adoração fosse para ser um modelo para a adoração Cristã, então a nossa adoração não poderia ser chamada de nova. Segundo, é um caminho “vivo”. Isto significa que a pessoa deve ter uma vida nova para ser capaz de participar nesta nova adoração. Este não era o caso no judaísmo. Uma pessoa poderia participar e apreciar a adoração no judaísmo – a música, o sabor dos sacrifícios e os aparatos do templo, etc. – e nem mesmo ter uma nova vida! No Cristianismo a pessoa precisa nascer de novo e ser selada pelo Espírito Santo para ser um verdadeiro adorador.
Um pouco mais adiante em Hebreus 13:9-10 diz: “Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com graça, e não com manjares (carnes – JND), que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram. Temos um altar, de que não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo”. Não poderia estar mais claro que isto; Deus não quer uma mistura das duas ordens de adoração. Qualquer coisa que encorajasse a mistura é uma doutrina “estranha”. O Senhor quer que estejamos estabelecidos no que a “graça” nos trouxe no Cristianismo, e não com “carnes” – uma referência à ordem exterior de rituais e cerimônias no judaísmo. Ele diz, “Temos um altar”. Ele não está falando aqui de algo literal, mas do que um altar representa figurativamente – isto é, um sistema de aproximação a Deus. Mas observe: o escritor diz que “os que servem ao tabernáculo” (a ordem judaica) não deveriam ser envolvidos no uso deste altar Cristão porque Deus não quer que as duas ordens sejam misturadas.
Passemos agora aos versículos 13-16 neste mesmo capítulo (Hb 13); “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério [Sua reprovação – JND]. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura. Portanto, ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação [das vossas possessões materiais – JND], porque com tais sacrifícios Deus Se agrada”. Isto é realmente a essência de toda a epístola. A dificuldade por todo o lado tem sido mostrar aos judeus convertidos que a aproximação Cristã a Deus é realmente um contraste com a maneira judaica, e que Deus deu a eles algo melhor no Cristianismo. Após vários pontos serem destacados com esta finalidade, a conclusão de toda a questão é que o crente deve deixar completamente a ordem judaica porque ela foi deixada de lado no presente, e o Senhor está fora dela. Assim, o lugar Cristão de adoração é dentro do véu em espírito (Hb 10:19), mas fora do arraial como posição eclesiástica (Hb 13:13).
O chamado é, portanto, para “sair do arraial”. Este é um termo que representa o judaísmo e todos os seus princípios e práticas relacionados. Um judeu não teria dificuldade para entender o que este termo quer dizer, já que era usado no Velho Testamento em conexão com Israel. O grande ponto da epístola é que a maneira judaica de aproximação a Deus é para ser deixada para trás pela verdadeira adoração Cristã. Na verdade, é para ser deixada não importa onde for encontrada – se no judaísmo formal ou em qualquer forma Cristã semi-judaica na Cristandade. Essa é uma exortação muito aplicável para nós nos dias de hoje; fomos chamados para sair “do arraial” onde quer que o vejamos, quer seja numa sinagoga judaica ou nas igrejas denominacionais da Cristandade feitas pelo homem, porque o Cristianismo bíblico não é uma nova versão do judaísmo.
Os versículos 14-15 indicam que no Cristianismo não temos uma sede geográfica terrena – “Porque não temos aqui cidade permanente”. Esperamos a vinda de uma cidade celestial, porque somos um povo celestial com um destino celestial. Enquanto a esperamos vir, podemos oferecer nossos sacrifícios espirituais de louvor a Deus.
Novamente, não estamos dizendo que a ordem judaica de adoração é má. Como seria possível que fosse má? Ela foi estabelecida e ordenada por Deus. Quando Israel for restaurado e abençoado na sua terra num dia futuro (no Milênio), eles adorarão a Deus naquela ordem judaica (Ez 43-46). E estará correto e apropriado para eles fazerem isso. Nosso ponto aqui é que estas duas diferentes ordens de aproximação a Deus não devem ser misturadas em nenhuma adoração judaico-Cristã, a qual não seria nem judaica nem Cristã.

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Resumo: Uma assembleia bíblica será livre dos aparatos do judaísmo. Ela não terá uma catedral para se reunir, ou uma orquestra com um coral etc. para ajudar a adoração. Ela se reunirá na simplicidade sem marcas de uma religião terrena organizada. Hinos serão cantados vocalmente, e aqueles que oram ou ministram a Palavra não serão de uma casta especialmente ordenada.

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