O Novo e Vivo Caminho – Dentro do Véu e Fora do Arraial
Hebreus
10:19-20 indica esse mesmo ponto. Diz: “Tendo,
pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário [Santo dos Santos – ARA],
pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou [dedicou para nós – JND]”. Isto mostra que o lugar Cristão de
adoração está dentro do véu do
verdadeiro “Santo dos Santos” (ARA)
– a presença imediata de Deus no santuário celestial (Hb 8:2, 9:8, 10:19).
Podemos agora vir à presença do Senhor com “ousadia”
com nossa adoração e ações de graças porque a obra consumada de Cristo tirou o
pecado (judicialmente) de diante de Deus (Hb 9:26-28) e tirou a culpa dos
pecados de nossa consciência (Hb 10:18). Assim, isso nos adequou para a
presença de Deus, dando-nos uma consciência purificada que resultou em paz
perfeita; e a paz perfeita dá santa ousadia para “entrar” no lugar santíssimo.
Há
duas coisas a serem observadas neste versículo. Primeiramente a maneira Cristã
de se aproximar de Deus, agora que a redenção foi realizada, é um “novo” caminho. Não é uma forma mudada
ou alterada, mas uma maneira inteiramente nova.
Se a maneira de Israel se aproximar de Deus em adoração fosse para ser um
modelo para a adoração Cristã, então a nossa adoração não poderia ser chamada
de nova. Segundo, é um caminho “vivo”.
Isto significa que a pessoa deve ter uma vida nova para ser capaz de participar
nesta nova adoração. Este não era o caso no judaísmo. Uma pessoa poderia
participar e apreciar a adoração no judaísmo – a música, o sabor dos
sacrifícios e os aparatos do templo, etc. – e nem mesmo ter uma nova vida! No
Cristianismo a pessoa precisa nascer de novo e ser selada pelo Espírito Santo
para ser um verdadeiro adorador.
Um
pouco mais adiante em Hebreus 13:9-10 diz: “Não
vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o
coração se fortifique com graça, e não com manjares (carnes – JND), que de nada
aproveitaram aos que a eles se entregaram. Temos um altar, de que não têm
direito de comer os que servem ao tabernáculo”. Não poderia estar mais
claro que isto; Deus não quer uma mistura das duas ordens de adoração. Qualquer
coisa que encorajasse a mistura é uma doutrina “estranha”. O Senhor quer que estejamos estabelecidos no que a “graça” nos trouxe no Cristianismo, e
não com “carnes” – uma referência à
ordem exterior de rituais e cerimônias no judaísmo. Ele diz, “Temos um altar”. Ele não está falando
aqui de algo literal, mas do que um altar representa figurativamente – isto é,
um sistema de aproximação a Deus. Mas observe: o escritor diz que “os que servem ao tabernáculo” (a ordem
judaica) não deveriam ser envolvidos no uso deste altar Cristão porque Deus não
quer que as duas ordens sejam misturadas.
Passemos
agora aos versículos 13-16 neste mesmo capítulo (Hb 13); “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério [Sua reprovação – JND]. Porque não temos aqui cidade permanente,
mas buscamos a futura. Portanto, ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de
louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome. E não vos esqueçais
da beneficência e comunicação [das
vossas possessões materiais – JND],
porque com tais sacrifícios Deus Se agrada”. Isto é realmente a essência de
toda a epístola. A dificuldade por todo o lado tem sido mostrar aos judeus
convertidos que a aproximação Cristã a Deus é realmente um contraste com a
maneira judaica, e que Deus deu a eles algo melhor
no Cristianismo. Após vários pontos serem destacados com esta finalidade, a
conclusão de toda a questão é que o crente deve deixar completamente a ordem judaica
porque ela foi deixada de lado no presente, e o Senhor está fora dela. Assim, o
lugar Cristão de adoração é dentro do
véu em espírito (Hb 10:19), mas fora
do arraial como posição eclesiástica (Hb 13:13).
O chamado é,
portanto, para “sair do arraial”.
Este é um termo que representa o judaísmo e todos os seus princípios e práticas
relacionados. Um judeu não teria dificuldade para entender o que este termo
quer dizer, já que era usado no Velho Testamento em conexão com Israel. O
grande ponto da epístola é que a maneira judaica de aproximação a Deus é para
ser deixada para trás pela verdadeira adoração Cristã. Na verdade, é para ser
deixada não importa onde for encontrada – se no judaísmo formal ou em qualquer
forma Cristã semi-judaica na Cristandade. Essa é uma exortação muito aplicável
para nós nos dias de hoje; fomos chamados para sair “do arraial” onde quer que o vejamos, quer seja numa sinagoga judaica
ou nas igrejas denominacionais da Cristandade feitas pelo homem, porque o
Cristianismo bíblico não é uma nova versão do judaísmo.
Os versículos
14-15 indicam que no Cristianismo não temos uma sede geográfica terrena – “Porque não temos aqui cidade permanente”.
Esperamos a vinda de uma cidade celestial, porque somos um povo celestial com
um destino celestial. Enquanto a esperamos vir, podemos oferecer nossos
sacrifícios espirituais de louvor a Deus.
Novamente, não estamos
dizendo que a ordem judaica de adoração é má. Como seria possível que fosse má?
Ela foi estabelecida e ordenada por Deus. Quando Israel for restaurado e
abençoado na sua terra num dia futuro (no Milênio), eles adorarão a Deus
naquela ordem judaica (Ez 43-46). E estará correto e apropriado para eles
fazerem isso. Nosso ponto aqui é que estas duas diferentes ordens de
aproximação a Deus não devem ser misturadas em nenhuma adoração judaico-Cristã,
a qual não seria nem judaica nem Cristã.
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Resumo: Uma assembleia bíblica será livre dos aparatos
do judaísmo. Ela não terá uma catedral para se reunir, ou uma orquestra com um coral
etc. para ajudar a adoração. Ela se reunirá na simplicidade sem marcas de uma
religião terrena organizada. Hinos serão cantados vocalmente, e aqueles que
oram ou ministram a Palavra não serão de uma casta especialmente ordenada.
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