segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O Desejo de Deus Por Uma Unidade Visível Entre Seu Povo


O Desejo de Deus Por Uma Unidade Visível Entre Seu Povo

Sabemos da Palavra de Deus que Ele deseja “reunir em um os filhos de Deus que estavam dispersos”, assim haveria “um rebanho” e “um Pastor” (Jo 11:51-52 – JND; 10:16). Antes de ir para a cruz, o Senhor orou por isso dizendo: “Pai santo, guarda em Teu nome aqueles que Me deste, para que sejam um, assim como Nós”. E novamente, “Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo. 17:11, 21). Enquanto esses versículos no evangelho de João não falam diretamente da verdade da unidade do corpo de Cristo, mas sim da unidade na família, eles mostram que o desejo de Deus para Seu povo é que fossem encontrados juntos em unidade visível na Terra.
Vamos voltar novamente àquele versículo em Mateus 18:20, ao qual já olhamos muitas vezes, mas desta vez para focar numa parte diferente do versículo. “Pois onde dois ou três estão congregados em [colocados juntos ao – JND] Meu nome, ali estou Eu no meio deles” (Mt 18:20 – TB). O ponto que enfatizamos agora é que o Senhor deseja que Seu povo não apenas esteja “reunido” onde Ele estivesse no meio, mas que estivessem “reunidos juntamente”. Ele desejou que todos os que o Espírito de Deus reunisse para o Seu nome, onde quer que estivessem na Terra, estivessem “juntos”. Ele não queria dizer que todos deveriam estar juntamente reunidos em um único lugar geográfico (como era no judaísmo – em Jerusalém), mas que eles atuassem juntos nas várias localidades, onde o Espírito os tivesse reunido, para dar uma expressão universal ao fato de que são um. Seu desejo é que houvesse uma comunhão universal dos santos na Terra – para a qual todos os Cristãos são chamados (1 Co 1:9).
Agora alguém pode pensar que estamos vendo mais nesta palavra “juntamente” do que se pretendeu, e é verdade que se tivéssemos apenas este versículo (Mt 18:20) sobre o tema de reunir-se, alguém poderia ter motivo para dizê-lo. Mas quando vamos para o livro de Atos e para as epístolas, e interpretamos a Escritura à luz de todo o teor da revelação Cristã, podemos ver que o Senhor estava indicando a verdade da unidade da Igreja. É apenas aludido aqui em Mateus 18 porque os discípulos ainda não tinham o Espírito, e eles não seriam capazes de receber isto (Jo 14:25-26, 16:12). O Senhor fez isto em várias ocasiões em Seu ministério, dando apenas a semente de uma verdade e deixando-a para ser desenvolvida por meio dos apóstolos, quando o Espírito viesse.
Aprendemos de João 10:16 que o Senhor não quis que Seu povo fosse encontrado em vários rebanhos independentes, mas que houvesse “um rebanho”, independentemente de onde eles pudessem ser encontrados sobre a Terra. Haveria muitas reuniões, mas apenas um rebanho – uma comunhão universal dos santos na Terra. Não era pensamento de Deus que a comunhão fosse algo meramente local, limitado a um único grupo de crentes numa cidade ou vila. Como o evangelho alcançou outras terras e muitos se converteram, haveria naturalmente muitas reuniões espalhadas pela Terra, mas o Senhor queria que ainda assim eles fossem um em comunhão e testemunho.

Caminhar Como é Digno de Nossa Vocação é Expressar Praticamente que Somos “Um Corpo”

Especialmente as epístolas aos Efésios e Colossenses revelam a verdade do “grande Mistério” de Cristo e da Igreja, que é Seu corpo. A primeira exortação prática na epístola aos Efésios é que andassem “como é digno da vocação” com a qual eles foram chamados (Ef 4:1). E podemos perguntar como os membros do corpo fazem para “andar como é digno da vocação”? Alguns podem dizer que eles devem fazê-lo vivendo corretamente, como bons cidadãos na comunidade, mas esse não é o ponto dessa passagem da Escritura. Cristãos obviamente deveriam estar preocupados em andar em retidão diante do mundo, mas o contexto dessa passagem indica que a exortação “andar como é digno” da vocação é em vista da revelação do Mistério de Cristo e de Sua Igreja – o corpo, o qual Paulo apresentou no capítulo 3. Enquanto ordena aos santos que andem dignos de sua vocação, ele acrescenta “Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo” (Ef 4:2-5). Fica claro, portanto, que a Igreja deve andar digna da vocação do seu chamado, colocando em prática a verdade de que é “um corpo”.
Não somos chamados a manter a unidade do corpo, mas sim, “a unidade do Espírito”. Não há exortação na Escritura para os Cristãos manterem a unidade do corpo porque isto é algo vital que Deus mesmo mantém. Isto é o que Ele formou no Pentecostes, unindo os membros do corpo junto a Cristo, a Cabeça no céu, por meio da habitação do Espírito – corpo esse do qual agora somos parte por meio do selo do Espírito (Ef 1:13). Nenhum poder ou inimigo pode quebrar a unidade do corpo; ela é tão forte quanto nosso vínculo em Cristo na salvação. “A unidade do Espírito”, no entanto, é uma unidade prática entre os crentes, a qual somos responsáveis por manter, e é nosso privilégio fazê-lo. O que é então a unidade do Espírito? F. G. Patterson disse, “Manter a unidade do Espírito é se esforçar em manter na prática o que existe de fato”. E o que existe de fato? A passagem segue e nos diz: “há um só corpo”. Outra pessoa disse que a unidade do Espírito é “aquilo que o Espírito está formando para dar uma verdadeira expressão à verdade do um corpo”. Concluímos, portanto, que os Cristãos devem andar dignos da vocação do seu chamado colocando em prática a verdade de que eles são “um corpo”. Esta é a primeira grande responsabilidade coletiva da Igreja. E é a mente de Deus que esta unidade seja expressada universalmente – independentemente de onde esteja o corpo na Terra. Esta unidade não poderia ser meramente algo local porque o corpo não está numa localidade.
Para ajudar os membros do corpo de Cristo a andarem juntos em unidade prática, Efésios 4 nos diz que Cristo, a Cabeça do corpo que subiu ao céu, fez provisão completa aos membros para tal fim (Ef 4:7-16). Ele deu “dons” à Igreja com o propósito de ajudar os santos a entender seus privilégios e responsabilidades no corpo, para que eles andassem dignos da vocação a que foram chamados.

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