O Livre Exercício dos Dons na Assembleia
Também é importante ver que
todos os dons não residem em uma pessoa. A Escritura diz, “Pois a um
pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro a palavra de
ciência, segundo o mesmo Espírito; a outro fé, no mesmo Espírito; a
outro...” (1 Co 12:8-10 - TB). Um homem pode ter mais de um dom, mas fica
claro, a partir desta passagem, que não possuirá todos os dons. Além disso, a
assembleia precisará da participação de todos os que tenham o dom para
ministrar a Palavra se for para se obter o benefício dos dons em seu meio.
Infelizmente o sistema clerical está espalhado por toda a Cristandade.
Referimo-nos ao estabelecimento de um homem para conduzir o ministério da
Palavra na assembleia – isto é, um sacerdote, um pastor ou um ministro. Isso
impede o livre exercício dos dons, liderados pelo Espírito. A ideia de “ministério
de um só homem” não é encontrada na Bíblia. Como salientamos, todos os irmãos
que têm o dom de ministrar a Palavra deveriam ter liberdade na assembleia para
exercitar seu dom conforme o Espírito os conduzisse.
Nem
há qualquer menção nas Escrituras de uma pessoa precisando ir a um seminário
para ser treinada antes que possa usar seu dom na assembleia. A própria
passagem que citamos em 1 Pedro 4:10-11 indica isso. Diz, “cada um de vós, segundo o dom que recebeu, comunicando-o [ministrando-o – JND] uns aos outros” (TB). Não diz, “se
alguém tem um dom, que vá a um seminário, e então ministre...”. Simplesmente
diz se ele tem um dom, “assim ministre” esse dom. Isto mostra que a possessão
de um dom espiritual para ministério da Palavra é a autorização para a pessoa
usá-lo.
Novamente,
diz: “Se alguém fala, fale como oráculos
de Deus; se alguém ministra, ministre como da força que Deus dá” (1 Pe
4:11). Repare novamente que não há menção de ele ir a uma escola e então ser-lhe
permitido falar na assembleia. A simples ordem na Escritura é, “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo
para edificação” (1 Co 14:26). Se tem “doutrina
[ensino – TB]” etc., faça-se tudo para a edificação
da assembleia. Esta é a ordem de Deus para ministério na Igreja. É assim que a
Igreja foi ensinada e edificada nos seus primeiros dias, e esse é nosso modelo
para ministério hoje em dia.
A
ordem de Deus para ministério, logicamente, deve ser feita sob o controle e
direção do Espírito Santo. Se não estivermos sujeitos ao Espírito, poderemos
facilmente tornar as reuniões em algo livre-para-todos. Isto estava acontecendo
em Corinto e precisou ser corrigido (Co 14:26). O apóstolo indica que se a
pessoa persistentemente age na carne, na esfera do ministério, a assembleia tem
o recurso de exercitar julgamento sobre essa pessoa. (1 Co 14:29). Será dito
mais a esse respeito mais adiante. O ponto a ser entendido aqui é que a
resposta a uma ação carnal no ministério público não é estabelecer um sistema
que evite que as pessoas falem a não ser que elas tenham sido aprovadas pelo
sistema – isto é o sistema clérigo-leigo. Na assembleia onde há a dependência
do Espírito Santo e liberdade para Sua ação, Ele vai convocar e energizar os
dons espirituais que lá estão, e eles agirão no ensino e exortação para a
edificação de todos. A assembleia não precisa de eloquência; ela precisa de
edificação. “Cinco palavras” guiadas
pelo Espírito Santo podem ser usadas na assembleia para proveito duradouro,
mais do que uma grande demonstração de eloquência (1 Co 14:19).
Como
não temos mais apóstolos na Igreja, os principais
dons para ministrar a Palavra hoje em dia são: evangelistas, pastores, doutores
e profetas (Ef 4:11; At 13:1). Vemos esses quatro
dons em ação em Atos 11:19-30.
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