Um Evangelista
“E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por
causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a
ninguém a palavra senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns varões
chíprios e cirenenses, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos,
anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu
e se converteu ao Senhor” (At 11:19-21). Evangelistas são
os mensageiros das boas novas – o evangelho. É improvável que todas essas
pessoas espalhadas por esta perseguição fossem evangelistas, mas todas ajudaram
a espalhar o evangelho. Isto mostra que todos podemos “fazer a obra de um evangelista”, mesmo que não tenhamos o dom de
evangelista (2 Tm 4:5).
Aqueles
que têm o dom específico de pregar e compartilhar o evangelho sairão com a
Palavra conforme dirigidos pelo Senhor (Mc 16:15; At 8:5). A esfera do serviço
do evangelista é predominantemente o mundo. Ele deve ser como um compasso,
tendo um pé firmemente estabelecido na assembleia e outro alcançando as almas
perdidas no mundo. Todo o seu trabalho deve ser feito tendo a assembleia em
vista. Paulo indica isto dizendo: “a
saber, que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e coparticipantes
da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef 3:6 – TB). Vemos
disso que a verdade do evangelho e a verdade da assembleia estão
inseparavelmente ligadas. O material do qual a Igreja, o corpo de Cristo, é
composto, é obtido “por meio do
evangelho”. Deus pretende que quando uma pessoa é salva, ela seja
encontrada, a partir daí, funcionando no corpo como Deus a posicionou.
As
“pedras grandes” que foram trazidas
com o propósito de construir o templo (1 Rs 5) não eram apenas cortadas do
lugar onde eram encontradas; elas eram trazidas ao local do templo e eram
assentadas na casa (1 Rs 6). Tirar as pedras da escavação não era um fim em si
mesmo. Igualmente a pedras vivas que compõem a casa de Deus hoje foram salvas
com o propósito de funcionarem na assembleia para Sua glória. O evangelista
deve trabalhar com isso em vista. Querer que almas se salvem sem as ver
funcionando em seu lugar no corpo é estar aquém do propósito de Deus para elas.
É
claro que este trabalho de um evangelista deve ser feito em comunhão com o
Senhor Jesus – “o Senhor da seara”
(Mt 9:38). Isso deve ser feito por amor a Cristo e por amor pelas almas. O velho
ditado – “O que vem do coração vai para o coração” – é certamente necessário
nesse trabalho. Quando almas são salvas, um evangelista conduzido pelo Espírito
não dirá aos seus convertidos para irem à igreja de sua escolha, como é
frequentemente feito. Em vez disso, ele lhes mostrará que, tendo crido no
Senhor Jesus, e consequentemente tendo sido selados com o Espírito Santo, eles
já estão na Igreja. E o que eles precisam é continuar “perseverando na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e
no partir do pão, e nas orações” (At. 2:42). Isto foi o que a
Igreja primitiva fez. As quatro
coisas mencionadas neste versículo são o que poderia ser chamado de “as quatro
âncoras da vida da assembleia”. Se uma ou mais delas faltarem em nossa vida
Cristã, iremos de encontro às rochas e naufragaremos (At 27:29; 1 Tm 1:19).
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