segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

REUNIÕES DA ASSEMBLEIA - Partimento do Pão

REUNIÕES DA ASSEMBLEIA

Partimento do Pão


Esta reunião é referida como sendo a principal reunião da assembleia. Também é chamada de “A ceia do Senhor” (1 Co 11:20).
  • nos evangelhos a ceia foi instituída (Lc 22:19-20)
  • em Atos foi celebrada (At 2:42, 20:6-7)
  • na epístola aos Coríntios foi exposta (1 Co 10:16-17, 11:23-26) 

O propósito da ceia do Senhor é simplesmente nos lembrar d’Ele em Sua morte como Ele pediu – “fazei isso em memória de Mim” (Lc 22:19). Não vamos à ceia do Senhor para relembrarmos dos nossos pecados; vamos para nos lembrarmos d’Ele. Isto não é um mandamento, mas adquire a força de um mandamento num coração que O ama. A afeição por Cristo fará com que o crente responda a esse pedido. O partimento do pão não é chamado de reunião de adoração, mas a recordação dos sofrimentos do Senhor na Sua morte não pode, senão, invocar adoração do coração dos santos reunidos para participar da ceia. Quando o Senhor a instituiu, eles fizeram três coisas:
  • agradeceram (Mt 26:26-27)
  • fizeram referência às Escrituras (Sl 113-118 – Mt 26:30)[1].
  • cantaram um hino (Mt 26:30) 

Disto aprendemos que ler passagens pertinentes nas Escrituras, cantar hinos e dar graças têm seu lugar no partimento do pão.
Aprendemos de Atos 20:6-7 e 1 Coríntios 16:2 que era hábito dos discípulos na Igreja primitiva se reunirem no primeiro dia da semana para “partir o pão” e fazer a “coleta”. Hebreus 13:15-16 conecta o sacrifício de louvor com o sacrifício das nossas possessões materiais e assim sugere à mente espiritual que eles devem ser feitos juntos na ceia como parte da adoração.
Cristãos se reunindo no “primeiro dia da semana” não era algo feito apenas em Corinto e Trôade; era o que “os discípulos” do Senhor faziam universalmente. Isto indica o tempo específico quando a Igreja deveria partir o pão. Nota: isto não era feito no primeiro dia do Senhor de todo mês, ou a cada trimestre – como é prática em muitos círculos Cristãos hoje em dia – mas era um costume semanal no dia da ressurreição. Eles não se reuniam para se encontrar com o apóstolo Paulo ou para ouvir um sermão, mas para partir o pão.
A maneira como a ceia deve ser comida é em um estado de havermos feito julgamento próprio. O apóstolo Paulo disse, “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice” (1 Co 11:28). Então a ceia é para ser comida de uma maneira santa e reverente. Ele avisa que se comermos sem julgar a nós mesmos, poderemos incorrer no julgamento governamental do Senhor em nossa vida – citando exemplos como enfermidades e até morte (1 Co 11:27-34). Se participar da ceia do Senhor dependesse do nosso merecimento pessoal, ninguém na Terra poderia participar dos emblemas, porque ninguém é digno em si mesmo. Só somos dignos por causa do que Cristo fez na Sua obra consumada na cruz. Ele nos adequou à presença de Deus por aquilo que Ele realizou na redenção.
Como em toda reunião da assembleia, o Senhor está no meio para guiar os procedimentos pelo Espírito. Uma assembleia reunida em conformidade com a Escritura não terá um ancião ou homem designado para conduzir o serviço. Reunindo-se e esperando pelo Senhor, Ele guiará um irmão aqui e outro irmão ali para oferecer gratidão e louvor como porta-voz da assembleia. Tudo será conduzido espontaneamente, conforme o Espírito dirige.
Outro aspecto da verdade, além da característica central da recordação estabelecida na ceia do Senhor, é que “o pão que partimos” representa o corpo místico de Cristo (Rm 12:4-5; 1 Co 12:12-13; Ef 1:22-23; Cl 1:18). 1 Coríntios 11:23-26 se refere ao corpo pessoal do Senhor no qual Ele realizou a redenção na cruz. Ao comermos o pão na ceia neste aspecto, temos comunhão com Ele naquilo que realizou em Seu corpo para a glória de Deus. Mas 1 Coríntios 10:15-17 se refere ao Seu corpo místico composto por muitos membros (1 Co 12:12-13). Participando do pão neste aspecto expressamos “comunhão” uns com os outros como membros daquele “um corpo”.
Como o ato de partir o pão expressa que somos “membros uns dos outros” (Ef 4:25) em um corpo, somente aqueles que são comprovadamente membros do corpo de Cristo deveriam participar do pão. Portanto, a reunião para partimento do pão numa assembleia baseada na Escritura não terá uma comunhão aberta, nem uma comunhão fechada, mas em vez disso, uma comunhão guardada no que se refere a quem pode participar, como mencionado anteriormente. Uma assembleia baseada na Escritura vai receber à mesa do Senhor somente aqueles que são piedosos no caminhar e sãos na doutrina.




[1] N. do T.: Na versão inglesa King James a nota na margem indica que “cantavam salmos”

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