Ministério é o Exercício do Nosso Dom
Na
Escritura, dons são “manifestações
espirituais” no corpo de Cristo e são dados para edificação espiritual dos
membros do corpo (1 Co 12:1, 14:1). Ministério é simplesmente o exercício do
dom de uma pessoa (1 Pe 4:10-11). Algumas pessoas dizem terem sido “chamadas ao
ministério”. Sabemos o que querem dizer; eles se sentem levados a buscar a
ocupação de um clérigo, e se matriculam em um seminário para serem treinados para
aquela posição numa igreja denominacional. Mas no sentido bíblico da palavra,
todos fomos “chamados ao ministério”. Já que todos temos um dom, todos
deveríamos ministrar de uma maneira ou de outra.
É
triste dizer, muitos Cristãos hoje em dia foram levados a crer que o pregador é
o único no seu grupo da igreja que tem um dom espiritual. Portanto, eles nem
sequer consideraram qual possa ser o seu dom. Porém, no Cristianismo normal,
cada membro do corpo de Cristo tem algo a fazer. Não há zangãos na colmeia de
Deus. O Senhor disse, “a cada um o seu
trabalho” (Mc 13:34 – TB). Ele gostaria que todos nos exercitássemos sobre
o que deveríamos estar fazendo por Ele. De nossa parte é necessário:
1)
Descobrir nosso dom. Isto se tornará evidente
por meio da devoção ao Senhor. J. N. Darby disse, “Se houvesse mais devoção,
haveria mais dons entre nós”. Ele não quis dizer que dons espirituais são dados
como resultado da devoção de uma pessoa ao Senhor, mas que se houvesse mais
devoção em nossa vida, nosso dom espiritual se tornaria evidente.
2)
Diligência em aprender a verdade. Isto também é
importante porque temos que ter alguma substância espiritual para comunicar aos
outros quando estivermos exercitando nosso dom. Uma pessoa pode ter o dom de
doutor, mas se ele não foi instruído na verdade, não será de muita ajuda.
3)
Desenvolvimento do nosso dom. Temos que ter fé
para ir em frente e exercitar nosso dom nas oportunidades dadas a nós, de forma
que ele se desenvolva e nossa efetividade no serviço cresça.
4)
Dependência do Senhor no exercício do nosso dom. O
exercício do nosso dom precisa ser realizado sob o senhorio de Cristo e sob Sua
orientação e direção – para aonde ir, o que fazer e o que dizer.
Paulo
disse a Timóteo, “Por cujo motivo te
lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas
mãos” (2 Tm 1:6). Isto mostra que precisamos ser despertados em relação ao
uso do nosso dom. Arquipo foi advertido por não estar cumprindo seu ministério
(Cl 4:17). Se formos jovens não deveríamos estar demasiadamente ocupados em
descobrir qual é nosso dom, mas simplesmente procurar fazer o que vem às nossas
mãos. No tempo certo, ficará evidente qual é nosso dom. Podemos ir ao Senhor
com a simples oração de Saulo de Tarso, “Senhor,
que queres que faça?” (At 9:6, 22:10). Há muito a ser feito em Sua vinha e
Ele tem algo para cada um de nós fazer. A Escritura diz, “dediquemo-nos ao nosso ministério [ocupemo-nos no serviço – JND]”
(Rm 12:7 – TB). Os Levitas – os servos no tabernáculo – tinham de ir a Aarão, o
sumo sacerdote e ele indicaria a cada homem “seu serviço” e “sua carga”
(Nm 4:19 - TB). Igualmente, se formos ao Senhor, nosso Sumo Sacerdote, Ele nos
dará nossa “obra” e nossa “carga” (Gl 6:4-5).
É
também importante entender que nem todos os dons são para ministério da
Palavra. Alguns dons não são nem mesmo para serem exercitados em público.
Romanos 12:4-8 indica isto: “Pois assim
como temos muitos membros em um só corpo, e todos os membros não têm a mesma
função; assim nós, sendo muitos, somos um só corpo em Cristo, mas
individualmente somos membros uns dos outros. Tendo dons diferentes segundo a
graça que nos foi dada: se é profecia, profetizemos segundo a proporção da
nossa fé; se é ministério, dediquemo-nos ao nosso ministério; ou o que ensina,
dedique-se ao seu ensino; ou o que exorta, à sua exortação; o que reparte,
faça-o com simplicidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia,
com alegria” (TB). Há sete dons listados aqui, mas os últimos três são de
natureza privada, e não têm nada a ver com ministrar a Palavra publicamente, e,
além disso, não devem ser exercitados nas reuniões da assembleia.
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